- As transformações da vida urbana
As cidades cresceram a um ritmo alucinante, como já antes estudado, como consequência da industrialização. Deste modo, formou-se grandes metrópoles que tinham muitos habitantes, ultrapassando os valores do campo. As cidades eram grandes centros de poder pois era lá onde se concentrava todas as instituições. Teve que se começar a construir em altura pois não havia espaço para todos e o conceito de cidade modificou-se pois já não era um local só para viver e trabalhar mas também para diversão.
Redes de transportes, esgotos, hospitais, escolas, abastecimento de água, luz e gás, … foram alguns dos serviços que foram necessários construir para acompanhar a evolução das cidades.
- A nova sociabilidade e a desagregação das solidariedades
Com a instrução das tecnologias da época, a vida do Homem transformou-se a nível social, pessoal e laboral. A distância entre casa e o trabalho eram cada vez maiores e começou-se a comunicar à distância (invenção do telefone, rádio, …). Com a grande afluência à compra de automóveis, o trânsito surgiu fazendo com que as ruas deixassem de ser pacatas e fossem muito barulhentas, assim como, a poluição aumentou. O homem começou a desumanificar-se e tornou-se automático, por causa da produção em cadeia. Despersonalizou-se também pois seguia um padrão definido pela sociedade em geral. Quem saíssem deste mesmo padrão era considerado marginal, começando a surgir bairros pobres para onde estas pessoas iam morar e a marginalidade e a violência emergiam.
Os anos 20 refletiam o ritmo stressado das cidades, onde as pessoas menos ricas deixaram de ter tanto tempo para o lazer, ma por outro lado, as mais ricas, começaram a ganhar o gosto das viagens, fazendo muito turismo.
- Crise dos valores tradicionais
Os valores ocidentais mudaram do positivismo para o relativismo. Tudo passou a ser posto em causa, principalmente após a 1ª Guerra Mundial, pois os europeus pensavam que a Europa era o maior continente do mundo e que resistia a qualquer problema. Porém isto não se veio a verificar, pois a Europa sofreu bastante com a guerra. Deste modo, os valores tradicionais caíram na anomia social: desvios dos comportamentos padrão (ex. corte de cabelo por parte das mulheres).
Os governos conservadores tentaram a todo o custo repor os valores tradicionais mas o povo encontrava-se dividido entre as revoluções sociais e mentais com novas ideologias e as tendências que assentavam nos nacionalismos com movimentos de direita radicais.
- Os movimentos feministas
Até ao século XIX o estatuto social das mulheres era o seguinte:
-a sua riqueza ia para o marido após o casamento, assim como os filhos ficavam com a família do marido, após enviuvar. Era “escrava” (fazia tudo o que o homem pedia, lida da casa, tratava da educação) e tinha de ter autorização masculina para ir a qualquer lado.
-mão-de-obra mais barata: os patrões aproveitavam-se do facto de serem mais baratas e só empregavam mulheres e despediam os homens, levando à marginalidade masculina.
As mulheres descobriram que era iguais aos homens, pois tinham as mesmas capacidades, inteligências, força, …, e começaram a querer direitos iguais para ambos os géneros. Os casamentos por amor surgiram pois já não era necessária permissão para casar nem haver dote pois as mulheres eram independentes economicamente.
Os movimentos sufragistas apareceram e pretendiam que a mulher obtivesse o direito ao voto e a participar na vida política.
A modo começou a ser expandida pelas mulheres, que começaram a usar as saias mais curtas, para uma melhor eficácia no trabalho, assim como, o corte de cabelo. O controlo da natalidade cresceu por causa da falta de tempo para os filhos e porque as condições de vida melhoravam cada vez mais e queriam dar uma igualitária vida a todos os filhos. A noção de família também sofreu alterações; passou a ser só o pai, a mãe e os filhos e deixou-se de ter toda a família junta. O médico e o psicólogo substituíam o padre na gestão de conflitos. Assim, houve uma laicização das sociedades.
- A descrença no pensamento positivista e as novas conceções científicas
Na 2ª metade do século XIX, o positivismo pretendia justificar todo o conhecimento científico. Porém, no final do século XIX, começaram a aparecer contestações ao positivismo e a defender o relativismo dizendo que não é certo mas sim relativo, que não se pode afirmar nada pois o que se diz hoje amanha pode já não ser verdade ou estar incompleto. O conhecimento é subjetivo e não objetivo como se pensava.
Vários intelectuais apresentaram variadas teses relativistas. Einstein celebrizou as teorias da relatividade onde demonstrou que o espaço era relativo e não absoluto. Freud desenvolveu a psicanálise e teorias sobre o consciente e o inconsciente. Estas tiveram grande impacto na época, havendo uma enorme discussão sobre o assunto.
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