Durante algumas aulas falamos sobre este módulo 0 em que tudo o que aprendi está neste seguinte resumo dividido por temas.
Memória Colectiva e Memória Histórica
Falamos na memória colectiva que é aquela em que recordamos acontecimentos directamente vividos ou que foram transmitidos por tradições, documentos escritos, pela prática ou oralmente. São memórias de famílias, nações, igrejas, partidos, memórias sem memórias – memórias que não nos lembramos mas estão guardadas “dentro” de nós –, clandestinas ou meta-históricas. É que fica da passagem de grupos do passado, como áreas culturais ou nações, ideologias políticas ou religiosas.
Falamos também da memória histórica que é aquela que é resultado de uma tradição sábia e cientifica sendo a memória colectiva dos historiadores.
Organização do Tempo Histórico
Os historiadores dividiram o tempo histórico em vários períodos por variados critérios, sendo os seguintes:
-IDADE ANTIGA – desde a invenção da escrita (4º milénio a.C.) até à queda do Império Romano do Ocidente (ano 476 d.C.);
-IDADE MÉDIA – desde o ano 476 até 1453;
-IDADE MODERNA – desde 1453 até 1789 (Revolução Francesa);
-IDADE CONTEMPORÂNEA – desde 1789 até agora.
Tempo Curto, Tempo Médio e Tempo Longo
Fala-se também em tempo curto, tempo médio e tempo longo, ou seja, o tempo curto ou breve que se são os acontecimentos, o tempo médio são as conjunturas e o tempo longo as estruturas.
Diversidade de Ritmos e Processos Evolutivos
Há uma grande diversidade de ritmos no desenvolvimento dos processos históricos, pois cada acontecimento tem o seu próprio ritmo de desenvolvimento, por exemplo, a revolução neolítica deu-se mais cedo do que a revolução industrial, portanto a revolução neolítica teve um ritmo mas acelerado do que a revolução industrial que já tinha várias pré-revoluções mas nunca tinha chegado a revolução propriamente dita.
A diversidade de ritmos pode ser vista também no crescimento demográfico, que teve várias vezes subidas e descidas; é meados do século XVIII o crescimento demográfico europeu manteve-se regular, a partir desse momento foi iniciado um processo de crescimento que aumentou, em pouco tempo, a população para o quíntuplo na Europa.
O processo evolutivo das sociedades tem vários factores como os demográficos, económicos, sociais, religiosos, políticos…
Os fenómenos podem ser analisados de uma forma diacrónica e/ou de uma forma sincrónica.
A diacronia é o tempo que se refere ao desenvolvimento ou à sucessão de acontecimentos e privilegia a evolução ou mudança ao longo do tempo, adoptando uma perspectiva dinâmica, longitudinal.
A sincronia é o tempo que se refere às simultaneidades de factos ou fenómenos históricos e privilegia a análise de factos que ocorrem em simultâneo no tempo, num determinado período em determinados lugares.
Como afirmou o historiador Pelai Pagès, “um estudo sincrónico comparativo entre diversas sociedades permite-nos observar tanto os paralelismos da evolução histórica como os diacronismos, tanto os pontos de coincidência no tempo como os desfasamentos evolutivos”.
Fontes Históricas
Por todo o mundo estão vestígios de populações passadas, como os romanos e os mouros. Alguns desses vestígios estão soterrados, perdidos ou ignorados e são descobertos ao acaso, como por exemplo, enquanto alguém escava a terra, quando alguém se abriga numa gruta, quando uma máquina abre um poço; outros vestígios são procurados por historiadores e arqueólogos intencionalmente, que fazem investigações precocemente em arquivos e bibliotecas.
Todos os vestígios encontrados que mostram a presença humana em alturas passadas (como, restos ósseos, pinturas, moedas, livros, jóias, cartas, tratados, etc) são considerados documentos que podem ser documentos escritos ou documentos não escritos, mas são os dois considerados fontes históricas.
As fontes históricas não estão datadas, por isso é necessário usar métodos científicos de datação.
O seguinte esquema mostra quais as subdivisões e em que consiste as fontes históricas.
História Nacional e História Universal
Durante muito tempo, no Ocidente, os historiadores pensavam que a Europa era o centro do mundo, por isso foi designado, visão europocêntrica, pelo motivo de a Europa ser o continente mais importante e um continente “modelo”; os países da Europa eram designados de países “civilizados” enquanto os outros eram designados de “atrasados”.
Os grandes movimentos de expansão da Europa foram as Cruzadas e os Descobrimentos.
V. Magalhães Godinho afirmou que, “o esforço [dos historiadores] deve dirigir-se para a integração das civilizações num todo (…) marcando os sincronismos, as interinfluências, as condições de isolamento, sabendo discernir os centros de onde partem as invenções, numa sucessão cronológica, daqueles que a recebem”, querendo mostrar que os progressos da historiografia do século XX passaram a valorizar uma História total, procurando elevar de igual modo todos os povos.
A interacção entre a História local/regional, a História nacional e a História universal pode mostra-nos uma perspectiva histórica valorizando os dinamismos, a complexidade e as recíprocas dos processos de intercâmbio entre diferentes comunidades e culturas.