segunda-feira, 7 de março de 2011

Revolução Americana (1776)

A primeira grande revolução liberal ocorreu na América do Norte em 1776.
Esta revolução iniciou-se nas Treze colónias inglesas que estavam divididas em:
- Colónias do Norte: população inglesa, escocesa, emigrantes fugidos de perseguições religiosas e políticas; viviam da agricultura, pesca, indústria, comércio; núcleo mais dinâmico, democrático, progressista e culturalmente mais avançado.
- Colónias do Centro: população inglesa, irlandesa, holandesa, sueca, alemã, judia; económica e culturalmente próxima das colónias do Norte.
- Colónias do Sul: população branca, origem inglesa e aristocrática, anglicana e tradicionalista; economia agrícola.
A causa desta revolução foi o facto de ter havido uma rigidez na política colonial com os aumentos de impostos sobre: melaços, produtos das Antilhas, imposto do selo, chá, papel, vidro, chumbo. As colónias ficaram, também, com a despesa do exército, ou seja, Inglaterra não financiava o exército das colónias, e foi recusado o pedido para serem representados no Parlamento.
A população das colónias começou a recusar pagar as taxas, achando-as injustas, e revolta-se com as autoridades inglesas, originando conflitos como o Massacre de Boston (1770) e a Tea Party (1773).
A Inglaterra com estas revoltas decidiu criar um conjunto de leis (Leis Intoleráveis) que ainda acentuaram mais as revoltas.
Os representantes das Treze Colónias decidiram reunir-se no Congresso de Filadélfia para decidirem uma estratégia para se defenderem da qual resultou a organização de um exército para fazer uma revolução. George Washington liderava o exército revolucionário.
Em 1776, é redigida a Declaração da Independência, escrita por Jefferson. Esta tem dois princípios iluministas como base: todos os homens nascem iguais e possuem direitos como o direito à vida, à liberdade e à felicidade; e o maior poder reside no povo – soberania nacional.
A Independência só foi aprovada pela Inglaterra após uma guerra em que ganhou os americanos que pediram ajuda à França que ajudou nesta revolução, pois era inimiga da Inglaterra e viu aqui uma boa situação para a defrontar.
Esta declaração não resolveu todos os problemas das treze colónias e havia muitas discordâncias.
Então foi decretada uma Constituição (1787) que criou uma república federal. A constituição seguia as ideias iluministas e os princípios da Declaração de Independência.



George Washington
Massacre de Boston

Alguns filósofos iluministas

Alguns filósofos iluministas:
Montesquieu
- defendia a separação de poderes
Voltaire
- defendia a tolerância, a justiça social e a liberdade
- criticava a política, a igreja, a moral e os costumes da época
Rousseau
- defendia a soberania popular, o voto universal e a igualdade de todos os homens perante a lei
John Locke
- influenciou os filósofos racionalistas franceses
Adam Smith
- defendia a teoria fisiocrática, ou seja, contestava o mercantilismo
- defendia o liberalismo económico

Iluminismo

·      A recusa do Absolutismo e os novos princípios de organização social em Inglaterra: valor do indivíduo, livre iniciativa, tolerância, separação de poderes
O desenvolvimento da economia e da actividade marítimo-comercial permitiu o crescimento e a formação de sociedades maioritariamente burguesas, que eram ricas e poderosas e conscientes dos seus interesses.
Assim possibilitou que as sociedades acabassem, mais rápido, com a chamada sociedade de ordens, havendo maior mobilidade e barreiras menos rígidas entre os seus estratos.
Na Holanda, a burguesia era o grupo com maiores cargos pois a nobreza era pouca e sem influência. Já em Inglaterra, a aristocracia dominava, não sendo uma nobreza feudal como os restantes países, a nobreza juntava-se à burguesia e os segundos filhos dos nobres já não se pareciam como nobres mas sim como burgueses.
Em Inglaterra, a pequena nobreza rural virou-se para o desenvolvimento agrícola e tinha um forte espírito empreendedor. No século XVII, as coffee houses – cafés – começaram a ser moda apesar de já existirem desde 1660, e eram usados para comer, para debates de opinião ou leitura de jornais. Foram bastante importantes porque permitiu que a população menos instituída ficasse a par de tudo o que se passava a nível político. O rei tentou acabar com estes cafés pois eram locais onde o povo começou a consciencializar-se do regime, fazendo com que o rei começasse a ficar com medo de uma possível revolta contra o regime.
Estabeleceu-se nas sociedades maioritariamente aristocratas, uma mentalidade predominantemente burguesa individualista, activa/trabalhadora, empreendedora, que garantia a sua segurança e estabilidade nos negócios e vidas.
Esta característica destas sociedades ficou provada na vida política inglesa como se pode verificar na Magna Carta em que os reis tinham de ouvir o Conselho do Reino em questões de impostos e subsídios e respeitar algumas garantias no campo judicial, isto são limites de governação.
As sociedades inglesa e holandesa começaram a exigir uma sociedade com liberdade de culto e de consciência fazendo com que houvesse a Revolução Gloriosa de 1688, em Inglaterra, que estabeleceu um regime monárquico, não autocrático, parlamentar, representativo, electivo (representantes livremente eleitos), liberal e aristocrata.
A teorização destes valores e princípios foram feitos pelo filósofo inglês John Locke, que fez a Carta a Respeito da Tolerância e Tratado do Governo Civil, onde desenvolveu princípios inovadores que se podem considerar iluministas e liberalistas. Estas ideias eram a soberania nacional e do contrato social, separação de poderes políticos e direito de resistência à opressão.
·      O Iluminismo: a apologia da Razão; o princípio da ciência
 O Iluminismo é uma corrente filosófica que afirma o primado da razão na construção do saber, da técnica e do progresso, meios para obter a felicidade, objectivo maior da existência humana. Os filósofos iluministas desenvolveram o pensamento, as ciências e as técnicas do seu tempo; promoveram o ensino e a educação dos homens; exerceram uma importante crítica social, religiosa e política.
O Iluminismo filiava-se:
                - humanismo dos séculos XV-XVI: valorização do homem e espírito crítico;
                - surto científico do século XVII: racionalismo e empirismo materialista de autores como Decartes e Espiniza;
                - teorias um pouco mais recentes: John Locke
O Iluminismo negava a tradição, o absolutismo, as leis divinas e defende o progresso, a felicidade, valoriza o homem, a tolerância. Tem como base o individualismo.
   Rousseau defendia a soberania do povo, ou seja, o povo tem o poder de, através do voto, escolher os seus governantes; defendia a educação como meio de fazer desabrochar os dons naturais do homem e de o aperfeiçoar espiritualmente.
   Mostesquieu defendia a separação de poderes (judicial, legislativo e executivo).
   Voltaire defendia a liberdade, a tolerância e a justiça social.
O Iluminismo aspirava à divulgação do saber e da educação, afirmando que todo o homem tem o direito de ser instruído e educado logo desde tenra idade, para formar cidadãos cultos e esclarecidos, capazes de construir o progresso e agir responsavelmente como membros do Estado e da Humanidade. Para a educação começar a ter importância, os iluministas começaram:
                - a divulgar a importância da educação para o desenvolvimento pleno das faculdades naturais dos indivíduos;
                - a propagar a necessidade do alargamento da educação escolar a todos os indivíduos;
                - a promover o crescimento da instrução e das escolas públicas;
                - a defender a completa reforma do ensino existente:
                               . renovação dos currículos – línguas nacionais e ciências concretas, trabalhos manuais e prática de exercícios físicos;
                               . novos métodos pedagógicos-didácticos – estudo directo da natureza.
O iluminismo defende também o livre pensamento e promoveu o livre exercício do espírito crítico. Desenvolveu novos conceitos de Homem e de Cidadão. Negava o poder absoluto real e a teoria divina do poder real. Defendia os valores da igualdade entre todos e a liberdade.