A
revolução francesa foi a maior de todas as revoluções, quer pelo entusiasmo com
que foi vivida, quer pelos extraordinários acontecimentos que lhe deram corpo,
quer pela repercussão e enormes alterações a que deu origem na Europa e no
Mundo.
O
processo revolucionário francês foi extremamente complexo e longo e passou por
várias etapas, desde excessos mais radicalistas às soluções mais moderadas, de
cariz conservador e até monárquico.
O
início da revolução deu-se em 1789, quando foram convocados os Estados Gerais. Estes
foram convocados pois a França encontrava-se numa grave crise económica,
financeira e social.
Tinha
também passado por alguns maus anos agrícolas fazendo com que houvesse pouca
produção e, consequentemente, crises agrícolas. O atraso manufactureiro, a má
política comercial, o aumento das importações e a diminuição das exportações foram
também causas para a revolta. Estas causas levaram a uma agitação social, e houve
revoltas contra a nobreza e clero.
Em
1791, a assembleia redigiu, discutiu e homologou os documentos legislativos que
mudaram a vida da França, pondo fim ao Antigo Regime e implementando a nova
ordem liberal. Foi também, neste ano, que se fez a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão e a nova Constituição Francesa.
A
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão destinava-se a servir de
antecomeço à constituição. Esta inspirou-se no iluminismo e na declaração de
independência americana. Tem um carácter universal.
As
suas ideias-base são a liberdade individual, igualdade e fraternidade. Mas não
eram só estas ideias que estavam presentes, os direitos à propriedade privada,
à segurança, a resistência à opressão e à soberania nacional (o poder residia
no povo e o rei era apenas o mandatário do povo e a lei era a expressão da
vontade geral). Os poderes foram divididos e passou a haver uma divisão tripartida
dos poderes.
Nos
anos seguintes à revolta, houve várias mudanças de governo e, consequentemente,
novas constituições. A primeira constituição foi em 1791, e foi caracterizada
pelo seu carácter mais moderado. Defendia a monarquia constitucional onde a
Assembleia Legislativa era composta por deputados elegidos pelo povo. Defendia
também a igualdade de todos perante a lei e o fim da sociedade de ordens.
Porém, a monarquia constitucional não acabou com os problemas e França
mergulhou em problemas internos – disputas político-ideológicas e crises – e em
problemas externos – ameaça de invasão por parte de tropas estrangeiras em defesa
do absolutismo.
Em
1792, foi criado o governo da Convenção,
conhecido também pelo período do Terror chefiado por Robespierre. Mas quando se
pensou que iria tudo mudar, estavam todos enganados. Este período foi o mais
violento da história francesa na pós-revolução. Robespierre mandou perseguir
todos aqueles que não concordavam com ele e mortes não faltaram. Ainda por
cima, os problemas agravaram-se em vez de melhorarem.
Em
1794, criou-se o governo do Directório
que acabou com o período de Terror. Este foi um governo, maioritariamente burguês
e mais moderado. A nova constituição decretou França como estado laico (o
Estado está separado da Igreja). Conteve os excessos e a liberalizou a economia.
Em
1799, foi iniciado o governo do Consulado,
onde Napoleão foi chefia. Criou-se um novo poder executivo – Consulado –, onde ambiente ainda era instável. Mais tarde, um golpe militar fez
com que Napoleão tornar-se imperador, começando a conquistar territórios para o
seu império. Contudo, Napoleão finalmente consegue pacificar e estabilizar a
França, e resolveu alguns dos problemas económicos. Começou então uma monarquia imperial.