quinta-feira, 16 de junho de 2011

Revolução Francesa (1789)


A revolução francesa foi a maior de todas as revoluções, quer pelo entusiasmo com que foi vivida, quer pelos extraordinários acontecimentos que lhe deram corpo, quer pela repercussão e enormes alterações a que deu origem na Europa e no Mundo.
O processo revolucionário francês foi extremamente complexo e longo e passou por várias etapas, desde excessos mais radicalistas às soluções mais moderadas, de cariz conservador e até monárquico.
O início da revolução deu-se em 1789, quando foram convocados os Estados Gerais. Estes foram convocados pois a França encontrava-se numa grave crise económica, financeira e social.
Tinha também passado por alguns maus anos agrícolas fazendo com que houvesse pouca produção e, consequentemente, crises agrícolas. O atraso manufactureiro, a má política comercial, o aumento das importações e a diminuição das exportações foram também causas para a revolta. Estas causas levaram a uma agitação social, e houve revoltas contra a nobreza e clero.
Em 1791, a assembleia redigiu, discutiu e homologou os documentos legislativos que mudaram a vida da França, pondo fim ao Antigo Regime e implementando a nova ordem liberal. Foi também, neste ano, que se fez a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e a nova Constituição Francesa.
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão destinava-se a servir de antecomeço à constituição. Esta inspirou-se no iluminismo e na declaração de independência americana. Tem um carácter universal.
As suas ideias-base são a liberdade individual, igualdade e fraternidade. Mas não eram só estas ideias que estavam presentes, os direitos à propriedade privada, à segurança, a resistência à opressão e à soberania nacional (o poder residia no povo e o rei era apenas o mandatário do povo e a lei era a expressão da vontade geral). Os poderes foram divididos e passou a haver uma divisão tripartida dos poderes.
Nos anos seguintes à revolta, houve várias mudanças de governo e, consequentemente, novas constituições. A primeira constituição foi em 1791, e foi caracterizada pelo seu carácter mais moderado. Defendia a monarquia constitucional onde a Assembleia Legislativa era composta por deputados elegidos pelo povo. Defendia também a igualdade de todos perante a lei e o fim da sociedade de ordens. Porém, a monarquia constitucional não acabou com os problemas e França mergulhou em problemas internos – disputas político-ideológicas e crises – e em problemas externos – ameaça de invasão por parte de tropas estrangeiras em defesa do absolutismo.
Em 1792, foi criado o governo da Convenção, conhecido também pelo período do Terror chefiado por Robespierre. Mas quando se pensou que iria tudo mudar, estavam todos enganados. Este período foi o mais violento da história francesa na pós-revolução. Robespierre mandou perseguir todos aqueles que não concordavam com ele e mortes não faltaram. Ainda por cima, os problemas agravaram-se em vez de melhorarem.
Em 1794, criou-se o governo do Directório que acabou com o período de Terror. Este foi um governo, maioritariamente burguês e mais moderado. A nova constituição decretou França como estado laico (o Estado está separado da Igreja). Conteve os excessos e a liberalizou a economia.
Em 1799, foi iniciado o governo do Consulado, onde Napoleão foi chefia. Criou-se um novo poder executivo – Consulado –, onde ambiente ainda era instável. Mais tarde, um golpe militar fez com que Napoleão tornar-se imperador, começando a conquistar territórios para o seu império. Contudo, Napoleão finalmente consegue pacificar e estabilizar a França, e resolveu alguns dos problemas económicos. Começou então uma monarquia imperial.
Napoleão levou a cabo várias acções, como a conquista de um vasto império na Europa. Contribuiu para uma modernização de França com a reorganização da administração pública, reformando o ensino, publicando o código civil, fazendo obras públicas e fundando o Banco de França.